Este artigo explora a formação docente no modelo realista-reflexivo com o objetivo de aproximá-lo ao contexto lusófono. Trata-se de uma abordagem neo-vygotskiana de construção colaborativa dos conhecimentos descritivo e normativo em simbiose com a prática, por meio da reflexão crítica cíclica autorregulada: consideram-se as experiências e os conhecimentos prévios, o sistema de crenças e os valores. Apresenta-se as principais características do modelo realista-reflexivo, as etapas de desconstrução, co-construção e reconstrução, os ciclos reflexivos, as marcas de autorregulação, e ferramentas como rubrica guia e de verificação da aprendizagem, além de relatos de casos práticos da Espanha e dos Países Baixos. Concluiu-se que os membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), em específico o Brasil, podem ser beneficiados com formação de professores no prisma realista-reflexivo, sobretudo, na modalidade de Educação a Distância, e por ser um campo pertinente que precisa ser mais intensamente pesquisado e praticado.