Construção de indicadores de evasão em cursos de licenciatura como uma ferramenta de gestão educacional

Resumo

Esta pesquisa apresenta dados e informações que colaboraram para a construção do indicador de evasão com foco nos cursos de licenciatura, cuja base de dados para a investigação foi obtida no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG), em um recorte temporal (ciclo de matrícula), que se deu no período de 2012 a 2020. Os procedimentos e instrumento adotados compreendem a transposição e a análise das movimentações e do fluxo escolar nas situações de matrícula, contando com a aplicação de questões abertas e fechadas e com a participação de alunos evadidos/desligados, no interstício temporal proposto. O referencial teórico-metodológico abrangeu: pesquisas relacionadas à evasão nas licenciaturas; a legislação educacional referente às licenciaturas; o Regulamento de Ensino da Graduação do IFMG, os processos e os protótipos do IFMG (manuais de aplicabilidade de cada processo no Módulo Ensino). As principais razões que justificaram esse fenômeno foram levantadas junto aos alunos evadidos do IFMG que, ao serem comparadas com os fatores de evasão encontrados por outros autores, deram origem a quatro dimensões (variáveis latentes), que fundamentaram um novo instrumento composto por duas questões para identificação, quatro questões relacionadas a dados demográficos, dez questões relacionadas a cada um dos quatro fatores, uma questão pré-definida para controle e uma questão aberta e opcional. A questão pré-definida para controle instrui o participante a marcar uma resposta específica. O intuito é verificar se o participante está atento e se marcou a resposta já definida na própria questão. Após sua elaboração, o questionário foi enviado aos mesmos alunos evadidos/desligados para um pré-teste. De modo a complementar a investigação e criar parâmetros para pesquisas futuras, também foi enviado um questionário aos alunos formados com o intuito de detectar se eles estão trabalhando na área de formação, na região do campus em que se graduaram e se há mercado de trabalho para os alunos egressos. Ao fim, foi possível detectar que o principal fator de evasão é o econômico e o motivo de os participantes terem se evadido/desligado do curso resulta, na maioria, à dificuldade de conciliar o trabalho e os estudos. Foi possível constatar ainda um baixo número de formandos (10,47%) e um elevado número de evasão/desligamento (50,88%). Dentre os alunos formados, e que participaram da investigação, a maioria não trabalha na área de formação por falta de vaga de emprego. Diante dos resultados encontrados fica evidente a falta de políticas públicas que maximizem a permanência dos alunos e que proporcionem empregabilidade após se formarem.


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