Mulheres no mercado gastronômico: uma revisão de literatura acerca da situação das mulheres na cozinha profissional

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0023-09-12
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Resumo

O ato de cozinhar em ambiente doméstico sempre foi considerado uma atividade de responsabilidade das mulheres. Contudo, quando essa atividade passa a ser desempenhada em âmbito profissional, deixa de ser considerada eminentemente feminina, tendo como protagonista a figura masculina, especialmente na condição de reconhecidos chefs de cozinha. Pensar nas concepções clássicas da cozinha profissional remontam à brigada de cozinha, cuja figura feminina é, por diversas vezes, tida como pouco profissional e não conta com posições de comando. Numa perspectiva de divisão sexual de trabalho, há espaços na cozinha profissional que são associados aos homens, sob o fundamento de que estes contam com mais força e são menos emotivos, ao passo que às mulheres são relegadas atividades tidas por mais delicadas, como a cozinha fria e a confeitaria. Nesse contexto, através do presente trabalho, buscou-se analisar as produções científicas que tratam da temática apresentada nos últimos cinco anos, de modo a verificar a situação da mulher na cozinha profissional, bem como identificar perspectivas de mudança do quadro apresentado. Em que pese haja aumento da presença feminina no mercado de trabalho no âmbito da gastronomia, observou-se a permanência de situações de desigualdade, de reforço à divisão sexual de trabalho, pouco comando feminino, naturalização de situações de assédio de mulheres, inclusive reforçados por programas de televisão, bem como de reprodução das concepções sociais de masculino e feminino e seus respectivos papeis sociais. Com efeito, remanescem as situações vivenciadas pelas mulheres de desigualdade, assédio e desvalorização nas cozinhas profissionais.


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