Coletivos estudantis e formação integral na Educação Profissional e Tecnológica: entre constituição, representações e memória: um estudo de caso dos coletivos no IFMG - Campus avançado Ipatinga.

Data
2023-09-05
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Resumo

Esta dissertação tem como objeto de estudo o processo de criação e organização de um coletivo antirracista e um coletivo feminino fundados no Instituto Federal de Minas Gerais - Campus Avançado Ipatinga, por iniciativa de estudantes de Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio. O objetivo da pesquisa é compreender como se deu a constituição desses coletivos juvenis dentro do ambiente escolar e suas contribuições para uma formação integral. A partir deste trabalho, desenvolvemos como produto educacional o documentário “COLETIVO PRETO AYA SANKOFA E COLETIVO FEMININO MARIA QUITÉRIA - Representatividade, empoderamento e formação integral”, propondo fazer um registro de memória e identidade, a fim de fortalecer os movimentos e ser inspiração para jovens que desejam o envolvimento em movimentos sociais, assim como sugerir formas de educação não formal que possam contribuir para uma educação integral. Realizamos uma pesquisa de campo, de abordagem qualitativa, norteados pela Teoria das Representações Sociais, pelos estudos da juventude e das bases conceituais da formação humana integral, além dos estudos sobre movimentos sociais como o feminismo e contra o racismo. A metodologia que nos norteou foi o estudo de caso e, como técnica de geração de dados, fizemos uso de uma triangulação de métodos com a entrevista semiestruturada, a roda de conversa e a observação participante, além do questionário semiestruturado e do diário de campo como instrumentos de coleta de dados. Por meio da Análise de Conteúdo definimos quatro categorias, desveladas das representações sociais dos estudantes, que nortearam a compreensão e a organização dos dados para a análise dos discursos: os coletivos, o antirracismo, o feminismo e a aprendizagem e formação integral. A partir dos discursos dos estudantes observamos que a constituição dos coletivos partiu de uma necessidade de se sentirem vistos, reconhecidos, valorizados, o que demonstra uma busca pela formação e afirmação de suas próprias identidades. Observamos, a partir do envolvimento dos estudantes em outros projetos de educação não formal, que os coletivos também proporcionaram o desenvolvimento das habilidades de liderança, argumentação e consequentemente de autonomia, favorecendo a participação cidadã e política. Os discursos nos mostraram ainda que algumas representações sociais racistas e machistas/misóginas enraizadas na sociedade, repercutidas nos ambientes escolares, têm sido desconstruídas por meio dos debates promovidos pelos coletivos, contribuindo para a formação omnilateral dos estudantes.


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