O alho (Allium sativum L.) é uma cultura olerícola que, ao longo das últimas décadas, tem sido muito explorado no país e no mundo, em função do grande consumo mundial, com grande participação na alimentação. O Brasil, mesmo sendo um país sem clima favorável para essa cultura ter seu desenvolvimento, é um produtor de alho comercial, mas, atualmente, ainda não é capaz de suprir toda a demanda do mercado consumidor interno, sendo necessário, então, um grande volume de importação. Alguns desafios encontrados por produtores de alho são notáveis no Brasil, principalmente nas regiões produtoras de clima tropical, pois se trata de uma cultura com exigências fisiológicas que dependem de condições climáticas adequadas para seu desenvolvimento natural. Existem três grupos de cultivares que podem ser plantadas no Brasil - as de ciclo precoce, médio e tardio, sendo que esta última apresenta uma alta exigência em fotoperíodo longo e temperaturas baixas, para que a bulbificação ocorra de forma natural em campo. Este grupo de cultivares também é o que apresenta a produção mais desejável, com bulbilhos mais graúdos e alta conservação pós-colheita. Para este grupo, a vernalização é muito utilizada no tratamento do alho-semente, consistindo o tratamento deste em câmaras frias para indução da bulbificação nestas cultivares que não apresentariam a bulbificação em condições naturais de cultivo no Brasil. O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão bibliográfica mostrando resultados com desempenho do alho-semente em diversas regiões do País, submetidas ao emprego de diferentes faixas de temperatura na vernalização positiva e negativa em câmara fria. Observou-se que, tradicionalmente, utiliza-se a técnica com emprego de temperatura de 3 °C a 4 °C, por um período de 40 a 60 dias, o que garante a bulbificação e uma redução considerável no ciclo da cultura. Por outro lado, mais recentemente, têm sido empregadas faixas de temperaturas negativas, variando de -1 °C a -3 °C, o que proporcionou um aumento considerável na produtividade e um aumento do ciclo da cultura. Observa-se assim que, embora a vernalização já tenha sido empregada há algum tempo, com aplicação de uma faixa de temperatura positiva, novos trabalhos demonstram a viabilidade de alteração com grande efeito na produtividade da cultura, o que carece ainda de novas pesquisas para melhor comprovação dos seus efeitos e vantagens.