DE INTEGRANTE DE UM COMPLEXO FERROVIÁRIO A ESPAÇO PARA EVENTOS: por que o Centro de Artes e Convenções da UFOP teve um reuso adaptativo de sucesso?
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Resumo
Este trabalho se trata de um estudo de caso sobre o Centro de Artes e Convenções da UFOP, com o qual se buscou apresentar os diversos reusos adaptativos desse complexo arquitetônico e como a intervenção mais recente pode ser analisada pelo viés dos princípios de intervenção em obras de restauro, já sedimentados pela teoria da restauração e respaldados pelas cartas patrimoniais. Para tanto, o texto, primeiramente, faz um breve histórico do conjunto aquitetônico, desde o início do século XX, como oficina de manutenção dos trens da ferrovia; depois como Parque Metalúrgico Augusto Barbosa entre os anos 40 e 60; então, como espaço multiuso da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), a partir dos anos 70; e, por fim, como um espaço para eventos e atividades artísticas desde 2001. Em seguida, discorre sobre as intervenções feitas e sua relação com os princípios de intervenção em obras de restauro e, então, busca esclarecer como foi o reuso adaptativo do Centro de Artes e Convenções da UFOP. Para se alcançar este resultado, foram feitas pesquisas do tipo bibliográfica e documental. A bibliografia consultada foi feita em livros sobre patrimônio industrial em especial os livros “Preservação do Patrimônio Arquitetônico da Industrialização – Problemas Teóricos de Restauro” de Beatriz Kühl, “Preservação do Patrimônio Edificado: a questão do uso” de Cyro Corrêa Lyra e “Teoria da Restauração” de Cesare Brandi. Além dos livros, foram consultadas as seguintes cartas patrimoniais: Carta de Veneza (1964), Carta de Burra (1980), Conferência de Nara (1964), Carta de Brasília (1995) e Carta de Nizhny Tagil (2003). Também foram consultados leis e decretos relacionados aos usos e funções do complexo arquitetônico do atual Centro de Artes e Convenções da UFOP. As fontes primárias da pesquisa documental foram adquiridas do Arquivo Público de Ouro Preto, do Arquivo Central da UFOP e de relatórios obtidos das mãos de particulares que se envolveram diretamente no projeto de requalificação do Centro de Artes e Convenções da UFOP nos anos 90. Após a pesquisa e leitura das fontes coletadas foi feita uma abordagem qualitativa do conteúdo que foi lido e analisado permitindo a elaboração do texto final. As conclusões do material estudado são que, embora o Centro de Artes e Convenções da UFOP não possa ser considerado um exemplo de obra de restauro, pois as intervenções feitas não procuraram seguir teorias e princípios do restauro já consagrados, ele se tornou um exemplo de reuso adaptativo de sucesso pela coadunação dos seguintes fatores: a sua localização privilegiada na cidade de Ouro Preto; a versatilidade da arquitetura industrial para reuso adaptativo; articulação financeira e estratégica entre o poder público e privado para requalificação do conjunto arquitetônico e, finalmente, os reusos adaptativos pelo qual passou o complexo industrial foram condizentes com a vocação da cidade de Ouro Preto.