Economia comportamental e educação: aplicação de Nudges em estudantes de graduação

Data
2023-05-04
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Resumo

O nudge é um instrumento utilizado para direcionar o ser humano a melhores decisões, mediante, por exemplo, a realização de pequenas mudanças no enquadramento das informações. Os nudges possuem uma natureza intervencionista, capazes de alterar o comportamento dos agentes a rumos preestabelecidos sem, contudo, proibir alguma opção ou alterar de maneira significativa os incentivos econômicos. Recentemente, observa-se o interesse crescente quanto à utilização de instrumentos baseados em insights comportamentais no ensino, porém, de forma embrionária, o que demonstra uma carência de pesquisas a respeito do tema, principalmente no Brasil. O setor educacional tem apresentado problemas na limitação da aprendizagem, no desinteresse e nas evasões. É notória, por exemplo, a dificuldade que parte dos acadêmicos apresentam para atingir os objetivos curricularmente propostos, principalmente em cursos onde há disciplinas relacionadas à área de ciências exatas (BRAGA; MIRANDA PINTO; CARDEAL, 1997; ARANTES et al., 2021). Tais dificuldades advém também da presença de vieses cognitivos, como a aversão à perda, viés do presente e procrastinação (JABBAR, 2011; LEAVER, 2016; PEREIRA, 2021). Direcionamentos comportamentais, como os nudges aplicados na Educação, podem se mostrar como soluções eficazes, uma vez que pesquisas (ATAÍDE; LIMA; ALVES, 2006; CIRIBELLI; FERREIRA, 2014) apontam a sua assertividade quanto à melhoria da frequência dos alunos nas aulas, seu engajamento frente aos estudos e entrega de atividades e consequente aperfeiçoamento do desempenho acadêmico. Dado o cenário exposto, foram elaborados dois produtos que evidenciam a relação entre Economia Comportamental e Educação: um artigo científico e um artigo tecnológico. O artigo científico teve como objetivo avaliar, por meio de um experimento desenvolvido com alunos de graduação de uma IES brasileira, se a aplicação de nudges como lembretes e normas sociais proporciona um melhor desempenho acadêmico dos universitários. A utilização dos nudges foi justificada pela sua pertinência e viabilidade. Apesar de relevantes, os testes estatísticos não apontaram diferenças estatisticamente significativas entre o grupo controle e os grupos de tratamento que receberam as intervenções. Esse resultado pode ser explicado por fatores de identidade social, microincentivos, personificação dos nudges, frequência e linha temporal de envio das mensagens. Novos artigos científicos podem integrar preceitos de outros campos sociais, como a sociologia e a etnografia e abarcar metodologias qualitativas para compreender as intervenções comportamentais à luz dos sujeitos de pesquisa. Salienta-se que a pesquisa lançou luzes sobre debates necessários acerca da vasta aplicabilidade e importância da correta estruturação e intervenção dos incentivos comportamentais. O segundo produto, o artigo tecnológico, é exemplificado como um guia prático referente aos métodos empregados para a aplicação dos direcionamentos comportamentais. Esse guia serve como base para o delineamento de políticas públicas que proporcionem um maior engajamento dos estudantes frente às Instituições de Ensino e consequentemente melhorem a sua qualidade de vida no âmbito em questão. O produto técnico tem potencial para prover entes públicos e privados de uma ferramenta de utilização ampla da Arquitetura de Escolha que diminua os ônus sociais e financeiros acarretados pelas limitações do processo educacional.


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