Os impactos da qualidade de energia elétrica em equipamentos de monitoramento e manutenção da vida em instituições de saúde

Resumo

O avanço da tecnologia em nível global permitiu aperfeiçoamentos em diversas áreas do conhecimento, viabilizando melhorias na precisão de procedimentos, aprimoramento nas formas de comunicação e uma grande revolução em algumas dessas áreas. Uma área muito importante tem vislumbrado grandes avanços devido ao avanço tecnológico: a saúde. Ao longo dos séculos, partindo da medicina arcaica e experimental, com procedimentos rudimentares a manuais, chega-se atualmente à aplicação de alta tecnologia em estabelecimentos assistenciais de saúde, os EAS, sendo exemplos o uso da inteligência artificial (IA) e da robótica, como nas cirurgias robóticas realizadas remotamente por cirurgiões, com o auxílio de braços robóticos. Para que tal avanço aconteça, os equipamentos eletroeletrônicos utilizados em ambientes como os EAS, os chamados equipamentos eletromédicos (EEM), são considerados de importância vital para que a tecnologia tenha resultados efetivos no bom tratamento, diagnóstico e suporte à vida de pacientes. Considerando que o funcionamento inadequado de EEM em estabelecimentos de saúde devido a problemas de qualidade de energia elétrica (QEE) pode ocorrer, este estudo foi realizado com o objetivo de analisar os impactos da QEE sobre o funcionamento de EEM, especialmente aqueles destinados ao monitoramento e à manutenção da vida, como monitores multiparamétricos, ventiladores pulmonares, dentre outros. A pesquisa aborda os principais distúrbios elétricos — como variações de tensão, distorções harmônicas, afundamentos, elevações e interrupções — e suas consequências no desempenho, durabilidade e segurança operacional desses equipamentos. Foram realizadas análises teóricas e entrevistas com profissionais da área da saúde e engenharia clínica, através de um formulário eletrônico, buscando evidenciar que a má qualidade da energia, em detrimento de instalações elétricas ineficientes e desobedientes às normas vigentes, pode comprometer a precisão dos dados clínicos, provocar falhas súbitas e até representar risco à vida dos pacientes, fator mais importante a ser tratado. O trabalho destaca a importância da implementação de sistemas de proteção, monitoramento da qualidade da energia elétrica e manutenção preventiva, bem como treinamentos adequados como medidas essenciais para garantir a confiabilidade e a disponibilidade dos EEM em todos os momentos da operação, atrelado à implantação da engenharia clínica em EAS. Conclui-se que a gestão da qualidade de energia elétrica é um fator crítico para a segurança hospitalar e deve ser considerada uma prioridade nas políticas de infraestrutura de saúde.


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