Este estudo teve como objetivo investigar como ocorrem as relações dos servidores do Campus Conselheiro Lafaiete do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) com os alunos surdos nesta unidade. Buscou-se localizar dados acerca localizar dados sobre alunos surdos atendidos no IFMG, analisar os conceitos e normas norteadoras ao tema como sua inclusão e integração escolar, bem como realizar, por meio de entrevistas semiestruturadas, um levantamento junto aos servidores sobre sua percepção em relação aos surdos e aos aspectos da deficiência auditiva. A pesquisa, de natureza qualitativa, utilizou a metodologia da história oral combinada com outros métodos, a fim de entender a memória das vivências dos surdos além da reconstituição de um fato, mas também na percepção de como os processos reverberam no cotidiano desses sujeitos. Essa metodologia permite compreender como os avanços legislativos adentram no mundo concreto das vivências escolares, para além da mera observância das leis. Os resultados da pesquisa trouxeram contrapontos a alguns dos mitos que permeiam a aplicabilidade de conceitos sobre a surdez na Educação Profissional e Tecnológica (EBTT). Dentre as conclusões deste estudo, afirmou-se que exclusão e segregação não são desdobramentos aceitáveis em qualquer ambiente, educacional ou não, e não podem ser vistos como imutáveis. O ônus da inclusão e o da empregabilidade impõem ao indivíduo, marginalizado por conta da deficiência, a responsabilidade por sua inserção e permanência no ambiente escolar ou do trabalho, sendo perversa essa aceitação. A investigação de dados sobre alunos surdos atendidos no IFMG comprovou a importância do tema e sua discussão e a importancia das políticas de inclusão. Essas políticas públicas só existem porque o acesso a alguns direitos gerais são negados a eles. Entendeu-se ser necessária a intervenção, seja no aspecto de memórias ou no resgate e análise de como os termos são entendidos e perpetrados na instituição e na organização de espaços pedagógicos, por meio de práticas e posturas nesse ambiente. Concluiu-se que, embora nas últimas décadas tenha havido um movimento de incorporação de segmentos que anteriormente estavam fora da escola, e que muitos tenham sido incluídos, poucos foram promovidos, reafirmando-se a importância de tais políticas para a garantia dos direitos. Dentre as lacunas deste trabalho está o fato de a pesquisa se restringir a um único ambiente, o Campus Conselheiro Lafaiete, o que limita as possibilidades de generalização dos resultados. Para entender mais profundamente a aplicabilidade das políticas de inclusão de surdos no IFMG, seria necessária a ampliação do escopo desta pesquisa, para a realização de comparações. Destaca-se, ainda, a relevância do produto educacional desenvolvido, que poderá ser um instrumento auxiliar na implementação das políticas de inclusão para surdos, divulgação de informações sobre a surdez, mitos e verdades, possibilidades e importância para a consolidação dos seus direitos de cidadania. Somente através de discussões sobre o tema é que poderão ser enfrentadas tentativas de retrocessos dos direitos adquiridos pelos PCD. A realização de outros trabalhos sobre o tema é um caminho possível para a ampliação de estratégias de efetivação da inclusão escolar plena na EBTT