O presente trabalho apresenta um estudo sobre a influência do uso e ocupação do solo na qualidade da água na sub-bacia do Ribeirão das Araras, por meio do uso de ferramentas do Sistema de Informações Geográficas (SIG) e da adoção de índices de qualidade. Utilizando a metodologia de estudo de caso, procurou-se identificar se as atividades antrópicas realizadas na sub-bacia afetam de forma significativa a qualidade da água local, visto que o seu monitoramento é primordial para a identificação de focos de degradação ambiental. Para viabilizar o estudo foram definidos dois pontos de interesse na sub-bacia, sendo um localizado na barragem de captação de água do município e outro localizado 6,5 km a montante, próximo à nascente do Ribeirão das Araras. A partir desses pontos foram delimitadas outras duas sub-bacias, para as quais foi feito levantamento do uso e ocupação do solo através da interpretação visual de imagens de satélite, definindo-se as classes de uso do solo que seriam consideradas, como áreas de cultivo, de pastagens e de vegetação nativa. Para avaliar a qualidade da água do manancial, de dezembro/2018 a abril/2019 foram coletadas duas amostras de água em cada ponto de interesse, totalizando oito amostras em quatro datas distintas, as quais foram sujeitas a análises laboratoriais e seus resultados foram utilizados no cálculo do Índice de Qualidade das Águas (IQA) e do Índice de Qualidade da Água Bruta para fins de Abastecimento Público (IAP). A pesquisa mostrou que o período chuvoso influenciou negativamente os resultados de sólidos totais, turbidez, alumínio dissolvido e coliformes termotolerantes. No entanto, as classificações gerais do IQA e do IAP nos dois pontos de interesse apresentaram variações relativamente discretas em todas as coletas, indicando que a água do Ribeirão das Araras é apropriada para abastecimento público e não requer processos de tratamentos mais avançados. Esses resultados indicaram que, de forma geral, as atividades antrópicas realizadas nas sub-bacias não impactam significativamente a classificação da qualidade da água, apesar da existência de muitas áreas de pastagem e cultivo.