Unidades de medida em uma comunidade quilombola: um estudo etnomatemático

Resumo

Esta pesquisa, de cunho qualitativo através de observação direta, tem como perspectiva o estudo da Comunidade Quilombola de São Félix (Cantagalo- MG), tendo como foco principal a conexão entre o meio cultural e o modo próprio de medir, fazendo um levantamento das unidades de medidas encontradas, tanto em uso nas atividades diárias, quanto as que se encontram somente na memória. Através da memória se reconstrói uma visão do passado a partir do presente, por isso a memória pode ser utilizada para recordar situações, e dessa forma, a memória passa a ser o vivido e a história constitui-se como o elaborado. A partir de visitas à comunidade, os dados foram coletados por meio de fotografias, diário de anotações, gravações de áudios e vídeos e entrevistas semiestruturadas. Trechos das conversas foram transcritos na íntegra, analisados e discutidos de acordo com os objetivos da pesquisa. A visão teórica desta investigação baseia-se nas ideias de Ubiratan D’Ambrósio sobre a Etnomatemática, sendo esta o reconhecimento de que as ideias matemáticas, substanciadas nos processos de comparar, classificar, quantificar, organizar e medir, são próprias da natureza humana e do meio cultural. Consultas a sítios da história brasileira foram realizadas, sendo o principal o Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva (CEDEFES), sobre o surgimento e características das comunidades quilombolas. Dados do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) foram usados para a discussão da adoção do sistema métrico no Brasil e o Sistema Internacional de Unidades (SI).


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