O estudo de queimadas no Cerrado é essencial para a preservação deste bioma, pois possibilita ações mais ágeis e precisas no monitoramento e combate a incêndios florestais. Este trabalho teve como objetivo avaliar a precisão dos satélites na detecção de queimadas e verificar se a convergência de múltiplos satélites em um mesmo foco representa, de fato, uma queima real. A pesquisa foi conduzida na Estação Ecológica Uruçuí-Una, localizada no sul do Piauí, uma região marcada por altos índices de incêndios e significativa pressão antrópica decorrente de atividades agrícolas. Os dados sobre focos de queima foram obtidos junto ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), enquanto as áreas efetivamente queimadas (cicatrizes de queima) foram delimitadas com base no projeto MapBiomas, ambos referentes ao ano de 2021. As análises incluíram a comparação entre focos ativos e falsos alertas, com a aplicação da técnica de densidade de kernel para todos os focos identificados. Os resultados evidenciaram a importância de integrar informações de múltiplos satélites para identificar ocorrências reais de fogo, além de destacar o potencial da densidade de kernel como indicador complementar para diferenciar queimadas genuínas de alertas falsos. Os satélites Terra e Aqua demonstraram maior eficiência na detecção de queimadas de menor porte, enquanto os satélites NOAA e GOES foram mais eficazes na identificação de incêndios em áreas extensas. O satélite NPP-375 apresentou maior precisão na detecção de focos ativos, apesar de sua menor frequência de revisita. A aplicação da densidade de kernel, considerando o valor máximo de densidade, revelou uma correlação superior a 60% na distinção entre focos ativos e falsos alertas. Este método permitiu identificar áreas de maior concentração de queimadas, destacando incêndios mais intensos e contribuindo para a otimização da alocação de brigadistas no combate ao fogo.