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Modelagem hidrológica para monitoramento do lençol freático em cenários de pastagem e agrofloresta na microbacia do IFMG, São João Evangelista
(2025-02-28) Oliveira, Bruna Kerllen Gonçalves de.; Doutor Jonathan da Rocha Miranda
O estudo analisou a dinâmica hídrica de uma microbacia no campus do Instituto Federal de Minas Gerais, em São João Evangelista, comparando o cenário atual, dominado por pastagens, a uma situação simulada em que essas áreas são convertidas em sistemas
agroflorestais. Ao longo de seis meses, monitorou-se o nível freático por meio de piezômetros instalados em poços perfurados com trado. Paralelamente, foi realizado um levantamento aerofotogramétrico para a obtenção de orthomosaico e Modelo Digital de Elevação (MDE),
além da delimitação da cabeceira do piezômetro e análise topográfica. O uso do solo foi mapeado por vetorização manual, apoiada em observações de campo, e estabeleceu-se a classificação dos hidrogrupos. Para estimar a capacidade de retenção do solo e o escoamento superficial, adotou-se o Número de Curva (CN), que atribui valores específicos conforme o tipo de uso e o hidrogrupo correspondente. O armazenamento hídrico (A = P – ET – Q) foi calculado a partir dos dados de precipitação do CHIRPS e da evapotranspiração estimada pelo MOD16, permitindo avaliar as variações de armazenamento no sistema. A capacidade de infiltração foi determinada por regressão linear entre as leituras dos piezômetros e os componentes do armazenamento hídrico. Os resultados mostram que, no cenário atual, a baixa infiltração contribui para o aumento do escoamento superficial e para oscilações abruptas nos níveis freáticos, sobretudo em períodos secos. Em contrapartida, a adoção de sistemas agroflorestais promoveu elevação significativa na infiltração, resultando em recarga constante e maior estabilidade do lençol freático.
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Clima e saúde: dengue versus parâmetros meteorológicos em Formiga-MG
(2024-09-25) Silva, Geisiane Aparecida da; Doutora Fernanda Morcatti Coura; Doutor Fulvio Cupolillo
O presente estudo teve como objetivo geral avaliar a influência da temperatura e da precipitação na incidência da dengue no município de Formiga-MG no período de 2014 a 2023. A determinação do número de casos positivos, assim como a sua distribuição em relação a variáveis sexo, faixa etária, critério de confirmação, classificação final, hospitalização e evolução da doença, foi conduzida com dados extraídos do SINAN. As informações semanais acerca da precipitação e temperatura foram obtidas do INMET. O estudo constituiu em um enfoque epidemiológico descritivo, retrospectivo e longitudinal. A modelação sazonal apresentou valor positivo para o componente seno (0,27352), indicando que a incidência de dengue em Formiga apresentou altas das semanas 17 a 20 de cada ano, correspondendo ao final de abril e dois primeiros decêndios de maio, meados do outono, padrão confirmado nos dois momentos de maior alta histórica, próximos às epidemias nacionais, cujos picos foram de março a abril de 2015 e abril a maio de 2019. O modelo de regressão linear múltipla foi pouco significativo [p=0,004; R2ajustado = 0,035; AIC = 3657,85], assim como a regressão de Prais-Winsten com correção robusta de White [p=0,562; R2ajustado = 0,005]. Esta, no entanto, apresentou melhor ajuste [AIC = 2394,03]. Os modelos indicaram que houve associação, porém pouco significativa, entre as variáveis climáticas e a incidência da dengue, com picos de incidência registrados aproximadamente 16 semanas depois dos períodos de máxima temperatura e pluviosidade, ocorrendo no outono e com um padrão sazonal, resultado também verificado pela correlação de Spearman [0,373]. Ainda na regressão de Prais-Winsten, a precipitação teve um coeficiente de -0,005 e a temperatura média compensada de -0,010, sugerindo uma leve diminuição na incidência em momentos de aumento das variáveis e posterior aumento da incidência com o mencionado atraso em relação às altas das variáveis. A associação pouco significativa indica um caráter mais estacionário da doença em Formiga, constatado nos resultados da tendência temporal, que indicou longos períodos com poucos ou nenhum caso, resultando em uma linha de incidência sem, necessariamente, picos significativos em todos os momentos de alta nas variáveis climáticas. Foram feitos os correlogramas das funções de autocorrelação (ACF) e o correlograma da autocorrelação parcial (PACF) da série temporal, considerando apenas 5 lags no ACF e 2 lags no PACF. O modelo indicou previsão de crescimento no número de casos de dengue a partir da primeira semana de 2024, alcançando o pico e a estabilização na semana 33 e se aproximando desse pico já na semana 17, meados do outono, condizendo com o observado nos modelos anteriores. Concluiu-se, portanto, que há associação, embora pouco significativa, entre a incidência da dengue e as variáveis climáticas
temperatura e precipitação, com atraso de aproximadamente 16 semanas dos picos de incidência em relação às altas das variáveis. Por fim, foi apresentado como Produto Técnico / Tecnológico um Material Didático voltado ao Ensino Fundamental I intitulado “A Nossa Turma Contra a Dengue”, cujo conteúdo objetivou informar e conscientizar os alunos a serem agentes naturais contra a dengue e seu agente transmissor.
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TRANSFORMAÇÕES NO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MORRO DA PEDREIRA - MG ENTRE 1985 E 2022: dinâmicas territoriais e agentes de expansão urbana
(2025-03-10) Gabriel Domiciano Costa Lara; Pedro Luiz Teixeira de Camargo; Sany Karla Faria Trigo
Este estudo analisa as transformações no uso e ocupação do solo na Área de Proteção Ambiental Morro da Pedreira (APAMP) entre 1985 e 2022, abrangendo os municípios de Santana do Riacho, Jaboticatubas, Taquaraçu de Minas, Nova União, Itabira, Itambé do Mato Dentro, Conceição do Mato Dentro e Morro do Pilar. Utilizando geoprocessamento via Google Earth Engine (GEE) e MapBiomas, associados a Sistemas de Informação Geográfica (SIG) como ArcGIS e QGIS, a pesquisa investiga a interação entre atividades humanas e mudanças territoriais. A metodologia envolveu a análise de imagens raster e construção de camadas de atributos, combinando abordagens quantitativas, baseadas em imagens de satélite, e qualitativas, utilizando dados secundários como planos de manejo. O estudo permitiu avaliar as transformações no uso do solo e identificar os principais agentes envolvidos. A agropecuária foi a atividade predominante, com a pastagem ocupando 23,08% da área. A agricultura, especialmente café e soja, teve participação menor, mas com variações ao longo do tempo. A silvicultura cresceu de forma contínua, refletindo iniciativas de recuperação ambiental, atingindo 1,56% da área. A vegetação nativa sofreu perdas, especialmente nas zonas periféricas da APA, devido à expansão agropecuária. A urbanização, apesar das limitações topográficas, cresceu gradualmente, alcançando 0,11% da área total em 2022, impulsionada por melhorias na infraestrutura, como redes de energia e saneamento, e pela atuação de governos locais e investidores imobiliários. A pesquisa destaca a complexidade da interação entre desenvolvimento e conservação, evidenciando os impactos antrópicos na dinâmica territorial da APAMP. A expansão urbana e agrícola impõe desafios à preservação dos ecossistemas, exigindo estratégias de gestão ambiental eficazes. O estudo ressalta a necessidade de políticas públicas eficientes para garantir um crescimento sustentável, promovendo uma gestão integrada do território e medidas de recuperação ambiental para minimizar impactos negativos e preservar a biodiversidade da região.
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Viés de confirmação em investidores
(2024-07-19) Ribeiro, Wesllay Carlos; Doutor Daniel Fonseca Costa; Doutor Washington Santos Silva
Introdução: O campo da pesquisa empírica-teórica em finanças, tradicionalmente apoiado na convicção da racionalidade plena do agente, passou a ser questionado por meio das discussões acerca da limitação dessa racionalidade. Mais recentemente foi percebido que não só a racionalidade influencia na tomada de decisão, mas também questões comportamentais decorrentes dos vieses cognitivos. Objetivos: Buscando colaborar com esta vertente de pesquisa que contribui para a análise da influência dos vieses comportamentais na tomada de decisão do investidor, esta pesquisa tem como objetivo geral analisar a ocorrência do viés de confirmação na tomada de decisão de investimento financeiro e sua adequação em relação ao perfil de investimento. Também se estrutura em três objetivos específicos focalizados em: a) realizar uma análise bibliométrica para examinar a relação do viés de confirmação com a área de investimentos financeiros, especificamente como ele tem evoluído em termos de pesquisas científicas, quais os tópicos e autores mais relevantes, além das linhas de pesquisas científicas mais proeminentes; b) analisar se o perfil de risco do investidor e a indicação de investimentos por um especialista influenciam na busca de informações sobre investimentos e na manifestação do viés de confirmação; e c) na elaboração de um relatório técnico conclusivo que propôs uma alteração na redação do art. 3º da Resolução da Comissão de Valores Mobiliários de 11 de maio de 2021 a fim de incluir a obrigatoriedade de que as instituições mencionadas no art. 2º passem a avaliar o viés de confirmação dos investidores como um componente da Análise de Perfil de Investidores - API. Método: Quanto ao método para atender o primeiro objetivo específico foi realizada uma revisão sistemática de literatura associada a uma análise bibliométrica utilizando a linguagem R do pacote Bibliometrix; para o segundo objetivo específico foi feita um experimento com investidores e não investidores, sendo os dados analisados por meio do teste qui-quadrado e regressão logística; para o terceiro objetivo específico foi feita uma revisão narrativa de literatura. Resultados: Os principais resultados desta pesquisa denotam que existem poucos artigos acerca da ocorrência do viés da confirmação em investimentos e ainda que não havia até a data de coleta dos dados um centro de pesquisa, linha ou autores que se apresentem como referência da área. Também pode-se verificar que existe uma associação positiva entre o viés de confirmação e o perfil de investimento, sendo esta associação mais forte no perfil conservador. E ainda que há necessidade de adaptar a Análise do Perfil de Investidor – API a verificação da ocorrência do viés de confirmação visando a adequação de produtos e serviços financeiros ao perfil do investidor. Considerações finais: respondendo ao objetivo geral desta pesquisa pode-se sugerir que o viés de confirmação influencia na tomada de decisão de investimento financeiro, particularmente no investidor com perfil conservador.
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O viés de excesso de confiança nas decisões de pequenos empresários
(2024-07-09) Garcia, Suelem Correia; Doutor Daniel Fonseca Costa; Doutor Adriano Olímpio Tonelli
O estudo sobre a economia comportamental tem despertado ao longo dos anos o interesse dos pesquisadores sobre a área, com a finalidade de desmistificar os fatores que norteiam o processo decisório e compreender como os indivíduos se comportam principalmente, em ambientes de riscos e incertezas. Dada a escassez de trabalhos voltados à investigação do excesso de confiança aplicado ao contexto de pequenas empresas, além da carência de instrumentos válidos
para a sua avaliação. O presente trabalho emerge com o objetivo de analisar o viés de excesso de confiança nas decisões de pequenos empresários. Assim, o projeto de pesquisa, resultou em quatro artigos. Os dois primeiros realizaram análises bibliométricas e cientométricas, o primeiro voltado a análise dos instrumentos de mensuração do viés e o segundo à evolução do estado da arte. O primeiro artigo revelou o desafio de construir instrumentos para a mensuração do
excesso de confiança e a necessidade de escalas válidas que permitam avaliar esse viés nas decisões gerenciais em ambientes corporativos, abordando as três formas descritas por Moore (2008): Overprecision, Overplacement e Overestimation. O segundo artigo evidenciou a recorrência de estudos sobre o excesso de confiança no contexto empreendedor, além de poucos estudos aplicados à tomada de decisão em pequenas empresas. Ambos os artigos contribuem significativamente para a literatura, identificando tendências e lacunas existentes. O terceiro artigo propõe a construção e validação de uma escala para analisar o excesso de confiança em pequenos empresários, visando sanar as lacunas evidenciadas pelos estudos anteriores. Os resultados corroboram a existência de dois fatores: Overprecision, coerente com estudos anteriores, e uma nova tipologia de excesso de confiança denominada Overestimate. O quarto
artigo propõe a criação de indicadores para avaliar o excesso de confiança nos processos decisórios de pequenos empresários. Os resultados revelaram diferenças estatisticamente significativas em relação ao gênero para os índices de Overestimate (Iomate) e Overconfidence (IOconf), bem como diferenças em relação à idade e ao tempo de operação da empresa, facilitando a aplicação da escala e a análise do excesso de confiança nos processos decisórios.
Dessa forma, este trabalho contribui para o campo da Economia e Finanças Comportamentais ao propor uma avaliação do excesso de confiança em pequenos empresários. O método proposto poderá auxiliar tanto pesquisadores quanto pequenos empresários a reconhecerem o nível de confiança manifestado e sua influência nas projeções e estratégias empresariais.