Adubação NPK na produtividade de folhas de Moringa oleifera em três anos de cultivo em São João Evangelista - MG

Data
2025-02-05
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Resumo

Moringa oleifera Lam., conhecida como “Árvore da Vida”, é uma espécie de grande interesse devido às suas diversas aplicações nutricionais, pois apresenta alto teor proteico e fornece vitaminas A, B e C, além de minerais essenciais (ferro, cálcio, fósforo, potássio e zinco). Qualidades medicinais, por suas folhas conter flavonoides que apresenta ação anti-inflamatória. Sua adaptabilidade a diferentes climas, resistência à seca e alta capacidade de rebrota tornam essa cultura promissora para exploração econômica em diversas regiões, incluindo o Brasil. Este trabalho teve como objetivo avaliar o impacto da adubação com nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) sobre a produtividade de folhas de Moringa oleifera ao longo de três anos de cultivo em um sistema semi-intensivo, na fazenda experimental do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), Campus São João Evangelista. O experimento foi conduzido em delineamento de blocos casualizados, com esquema fatorial fracionado (4x4x4)1/2, utilizando combinações de quatro doses de N, P e K. As mudas foram transplantadas com espaçamento de 1,0 m entre linhas e 0,6 m entre plantas, totalizando 16.666 plantas há-1. Durante os três anos de cultivo, as colheitas foram realizadas a cada 60 dias, e a biomassa aérea (ramos e folhas) foi avaliada com base na produtividade de matéria fresca e seca, permitindo a análise do impacto das diferentes doses de fertilizantes ao longo do período avaliado. Os resultados do primeiro ano indicaram que o nitrogênio foi o único nutriente com efeito significativo na produtividade de biomassa, promovendo aumento expressivo na produção de matéria fresca e seca. As doses crescentes de N resultaram em respostas quadráticas, com máxima produtividade estimada de 10.360,3 kg ha⁻¹ de matéria fresca e 2.184,0 kg ha⁻¹ de matéria seca, alcançadas com doses de 88,7 kg ha⁻¹ e 85,8 kg ha⁻¹ de nitrogênio, respectivamente. Para a máxima eficiência econômica (90% da produtividade máxima), as doses de N foram reduzidas para 37,6 kg ha⁻¹ e 36,3 kg ha⁻¹, evidenciando a possibilidade de otimização do uso de fertilizantes. Nos dois anos seguintes, os efeitos das doses de NPK sobre a biomassa aérea das plantas foram estatisticamente não significativos. Esse resultado sugere que, após o estabelecimento inicial, a Moringa oleifera Lam, mantém sua produtividade mesmo com baixos níveis de adubação NPK. A ausência de resposta pode ser atribuída à alta rusticidade e adaptabilidade da espécie, características que permitem seu desenvolvimento em solos com qualidade restrita de nutrientes e condições adversas. Conclui-se que, sob as condições edafoclimáticas avaliadas, a adubação NPK nas doses testadas não é determinante para o aumento da produtividade de Moringa oleifera em sistemas semi-intensivos.


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