Contribuição da chuva de sementes na restauração florestal: uma inferência sobre a capacidade de cicatrização de áreas abertas em Mata Atlântica

Data
2021-08-22
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Resumo

As florestas tropicais se caracterizam por apresentar uma alta diversidade de habitats formados em decorrência dos frequentes distúrbios que ocorrem em meio a floresta, esses que podem ser provocados pela ação natural ou antrópica. A queda de árvores ou galhos são os distúrbios naturais de baixo impacto mais frequentes, ocasionando aberturas no dossel da floresta, classificadas como clareiras. As clareiras possuem um papel indispensável na dinâmica das florestas, são responsáveis pela formação de novos habitats e promovem o estabelecimento de novas espécies. A chuva de sementes também surge como um importante mecanismo para indicar a chegada e o estabelecimento de espécies. Assim, o presente trabalho teve como objetivo verificar a chuva de diásporos em clareiras com diferentes tamanhos, que contribuem com a regeneração da Mata Atlântica. O experimento foi instalado em clareiras de dois fragmentos florestais, o primeiro localizado na cidade de São João Evangelista e o segundo em Ladainha, MG. Os dois fragmentos estão inseridos no bioma Mata Atlântica, vegetação classificada como de Floresta Estacional Semidecidual. Foram definidos quatro locais de amostragem, um sob dossel fechado e os outros três, em clareiras com diferentes tamanhos. Em cada área se instalou quatro coletores com dimensões de 0,5 x 0,5 metros, e instalados a 30 cm do solo. No total o experimento foi conduzido em oito áreas experimentais, totalizando 32 coletores e amostradas 6.245 sementes pertencentes a 55 morfoespécies. A síndrome de dispersão predominante foi do tipo anemocórica com 64,7%, seguida por autocórica com 24,5%, e a zoocórico com 10,8%. As áreas com distúrbio de pequena intensidade apresentaram os melhores resultados de abundância e diversidade de espécies, já as clareiras grandes apresentaram as menores uniformidades e similaridade com as demais. Com a chuva de sementes se mostrando um bom indicador do potencial regenerativo das clareiras, em relação a abundancia e diversidade de espécies.


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