Hortoterapia com horticultura sustentável no tratamento de pacientes que ocupam leitos de retaguarda para saúde mental em hospitais gerais: um projeto piloto no Hospital Nossa Senhora do Brasil, de Bambuí-MG

Data
2023-10-16
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Resumo

A presente pesquisa objetivou avaliar os ganhos psicológicos da hortoterapia junto a pacientes que ocupam leitos de retaguarda para saúde mental em hospitais gerais, mapear a distribuição de todos os leitos dessa natureza no estado de Minas Gerais e desenvolver um produto técnico para capacitação dos profissionais de saúde à mobilização e implementação dos leitos. O tema e as iniciativas possuem forte ligação com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3, por meio da promoção da saúde mental e do bem-estar, do reforço à prevenção e ao tratamento do abuso de substâncias inclusas as drogas entorpecentes e o uso nocivo do álcool, e da promoção de acesso a serviços de saúde essenciais de qualidade. Em primeiro momento, foi realizado o mapeamento dos leitos de saúde mental no estado, inicialmente visando ao embasamento para replicação da iniciativa, mas, posteriormente, tendo seu escopo expandido e relacionando os quantitativos dos leitos com a população macrorregional, para identificar lacunas no acesso aos cuidados e auxiliar na formulação de políticas públicas e alocação de recursos. Os dados foram obtidos a partir do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, em seu sítio em que são apresentados todos os leitos do país, classificáveis segundo localização e tipo. Foram identificados 752 leitos em 157 estabelecimentos de 149 municípios. Constatou-se grande desigualdade entre a população das macrorregiões e sua quantidade de leitos. A macrorregião Centro é a mais mal atendida, com 1,53 leitos / 100 mil habitantes, e a Oeste a mais bem atendida, com 10,89 leitos / 100 mil habitantes. Oito macrorregiões possuem relação população/leitos negativa e seis possuem relação positiva. A distribuição dos leitos de saúde mental não é uniforme no estado, destacando a necessidade de ações específicas para melhorar a acessibilidade e a alocação de recursos em áreas com carência desses serviços. Na segunda fase do desenvolvimento da dissertação, foi realizada uma pesquisa quantitativa, experimental e intervencionista envolvendo a implantação e manutenção de uma horta sustentável no Hospital Nossa Senhora do Brasil, de Bambuí-MG. Durante o período de janeiro a junho de 2023, foram recebidos 54 pacientes, dos quais nove se mostraram aptos a participar. A avaliação foi realizada por meio de uma escala de avaliação de melhoria composta pela combinação de escalas diagnósticas validadas na bibliografia. Constatou-se a indicação de melhoria por todos os pacientes participantes, sendo que 77,23% do total da pontual assinalada foi de “muita melhora”, 16,58% de “melhora razoável”, 5,20% de “pouca melhora” e apenas 0,99% de “nenhuma melhora”. Observou-se, também, redução da evasão do tratamento para zero entre os participantes. As ervas produzidas foram destinadas à utilização no próprio hospital para fins medicinais e as hortaliças na alimentação fornecida na instituição. Pode-se concluir que a participação nas oficinas de hortoterapia contribuiu positivamente para todos os pacientes participantes do estudo e para a instituição. Observou-se que as equipes do hospital não estavam capacitadas a entregar o adequado atendimento e tratamento aos pacientes dos leitos de retaguarda, o que gerou uma demanda, e foi desenvolvido, como parte integrante da dissertação, um Produto Técnico Tecnológico caracterizado por um curso de capacitação de curta duração para treinamento de profissionais da saúde para o acolhimento dos leitos de retaguarda em saúde mental em hospitais gerais, incluindo os processos de mobilização da equipe e implementação dos leitos.


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