Aspectos clínicos e laboratoriais dos cães portadores de Leishmaniose atendidos no Centro Clínico Veterinário (CCV) do IFMG - Campus Bambuí
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Resumo
A leishmaniose é uma zoonose que apresenta grandes desafios para a saúde pública e possui caráter cosmopolita. Seu diagnóstico é dificultoso, devido às variadas e tardias manifestações clínicas e laboratoriais apresentadas, resultando em subdiagnósticos. Assim, o estudo dessas alterações é importante para o diagnóstico precoce da doença. A pesquisa em questão objetivou descrever as alterações clínicas e laboratoriais dos cães portadores de leishmaniose atendidos no Centro Clínico Veterinário (CCV) do IFMG - Campus Bambuí e compará-las com a literatura. Os dados foram coletados pela análise dos prontuários clínicos de 27 pacientes positivos para a leishmaniose durante o período de abril de 2023 a abril de 2024. Foram analisadas as principais manifestações clínicas e laboratoriais relacionadas à doença, além de informações quanto à queixa, idade, sexo e raça dos animais. Posteriormente, foram tabulados na plataforma Excel 2010®, comparados com a literatura e submetidos à análise descritiva. Considerando as 27 fichas, a faixa etária de maior ocorrência foi entre cães com 6 e 7 anos (37%). Em relação ao sexo, a presença de machos prevaleceu em 51,8% dos animais. A maioria dos pacientes não apresentava raça definida (66,6%). Quanto à queixa, 66,6% não estavam vinculadas à doença; já os 33,3% restantes possuíam relação com as manifestações da afecção. Na análise de hemograma, a anemia esteve presente em 48,1% da amostra. Ademais, a monocitopenia (29,6%) e trombocitopenia (18,5%) também foram vistas nas alterações hematológicas. A hiperproteinemia (55%) foi a principal alteração em bioquímica sérica, que não apresentou padronização nos exames solicitados. Cerca de 77,7% dos pacientes possuíam alterações dermatológicas, especialmente dermatite esfoliativa (40,7%) e dermatite erosiva/ulcerativa (40,7%), seguidas da alopecia (37%). A linfoadenomegalia foi vista em 51,8% dos achados sistêmicos, enquanto 29,6% dos cães exibiam emagrecimento, e 25,9%, mucosas pálidas como sinais inespecíficos. Além disso, um animal mostrou-se assintomático. A partir dos resultados, conclui-se que as alterações clínicas e laboratoriais encontradas corroboraram a literatura vigente, determinando a relevância do conhecimento desses achados para os profissionais e estudantes da área, sobretudo, daqueles que pouco acompanham a enfermidade na rotina clínica.