INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MINAS GERAIS - CAMPUS OURO PRETO PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO E CONSERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL JAQUELINE LANNA DA SILVA EXECUÇÃO E GESTÃO DA OBRA DE RESTAURO DO HOTEL GLÓRIA Ponte Nova - MG 2025 JAQUELINE LANNA DA SILVA EXECUÇÃO E GESTÃO DA OBRA DE RESTAURO DO HOTEL GLÓRIA Trabalho de Conclusão de Curso (em formato de artigo) apresentado ao curso de Pós- Graduação em Gestão e Conservação do Patrimônio Cultural, ofertado pelo campus Ouro Preto do Instituto Federal de Minas Gerais, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Especialista em Gestão e Conservação do Patrimônio Cultural. Orientador: Rodrigo Otávio de Marco Meniconi Ponte Nova 2025 S586e Silva, Jaqueline Lanna da. Execução da gestão da obra de restauro Hotel Glória - Ponte Nova - MG [manuscrito] / Jaqueline Lanna da Silva. – 2024. 42 f. : il. Orientador: Rodrigo Otávio de Marco Meniconi. Trabalho de Conclusão de Curso (especialização) – Instituto Federal de Minas Gerais. Campus Ouro Preto, 2024. 1. Gestão de obras. 2. Conservação histórica. 3. Patrimônio - Proteção. I. Meniconi, Rodrigo Otávio de Marco. II. Instituto Federal de Minas Gerais. Campus Ouro Preto. III. Título. CDU: 719 Catalogação: Kelly Cristiane Santos Morais - CRB-6/3217 Folha de aprovação assinada – Jaqueline Lanna EXECUTION AND MANAGEMENT OF THE RESTORATION WORK OF THE GLORIA HOTEL Jaqueline Lanna da Silva Rodrigo Otávio de Marco Meniconi RESUMO Este trabalho apresenta o processo de gestão e execução de uma obra pública de restauro de uma edificação tombada. Tendo como objetivo demonstrar os desafios encontrados por toda a equipe durante esta atividade. Foi acompanhado a obra de restauro do Hotel Glória, uma edificação centenária, tombada pelo Município de Ponte Nova - MG, como patrimônio histórico cultural de extrema importância para a história da cidade. Com base nas medições e documentações encaminhadas mensalmente pela empresa contratada para executar a obra, e fazendo parte da equipe de fiscalização da obra, foi possível fazer um levantamento e apontamento dos principais desafios. Após este levantamento, foi possível verificar o impacto que esses obstáculos causam na gestão desse tipo de obra. Ficando evidente a importância de um planejamento e contratação de uma gestão adequada antes de se iniciar a execução de qualquer tipo de obra, e especificamente as que têm suas características especiais, para que se consiga minimizar os contratempos e obter o resultado esperado por toda a equipe. Palavras-chave: Gestão. Execução. Desafios. Planejamento. Restauro. ABSTRACT ou RESUMEN The present work describes the management and execution process of a public restoration project for a listed building. It aims to demonstrate the challenges faced by the team during this initiative. The supervised project was the restoration of Hotel Glória, a building over a century old, recognised by the city of Ponte Nova (MG) as part of its cultural heritage with extreme importance to the city’s history. Based on the monthly measurements and documentation provided by the contractor responsible for executing the project, and as a member of the supervision team, it was possible to survey and identify the main difficulties. Following this survey, it was possible to verify the impact of these obstacles on the management of this type of project. It is evident that planning and hiring an appropriate management team are crucial before the execution of any kind of project, particularly the ones with special characteristics, to minimize adversities and achieve the expected results. Keywords ou Palabras clave: Management. Execution. Challenges. Planning. Restoration. Data de submissão: 12/12/2024 Data de aprovação: 18/12/2024 1. HISTÓRICO DA CIDADE Localizada na Zona da Mata Mineira, a cidade de Ponte Nova, sede do município e da comarca de mesmo nome, está com pouco mais de cinquenta e sete mil habitantes, abrangendo uma área de aproximadamente 559,1 km², tendo, além do distrito sede, os distritos de Vau – Açu e Rosário do Pontal. O município limita-se com as seguintes cidades: Oratórios, Amparo do Serra, Teixeiras, Guaraciaba, Barra Longa, Rio Doce, Santa Cruz do Escalvado, Urucânia e Acaiaca, estando à distância de 186 km da capital do estado, Belo Horizonte. Cortada pelo Rio Piranga em sua maior parte, ocupando um vale aberto e com vários afluentes e córregos que nele deságuam. O Rio do Carmo, que corre no extremo norte do município, além de fazer limite entre os municípios de Ponte Nova e Rio Doce, conflui com o Rio Piranga, para juntos formarem o Rio Doce. Ocupada por tribos indígenas, como a dos Puris e Aimorés, foi com o sistema de sesmarias que as terras começaram a ser habitadas pelos considerados fundadores do município: o padre João do Monte Medeiros e mais dois irmãos. Durante o ciclo do ouro, a cidade servia como local de pouso para os que iam e vinham da região das minas. No entanto, a ocupação da cidade iniciou em 30 de outubro de 1772, através da doação feita pelo Pe. João do Monte de um terreno de sua sesmaria da Vargem para a construção de uma capela que seria consagrada a São Sebastião das Almas. O povoado então se desenvolveu em torno da capela, que ficou localizada na parte mais alta, onde atualmente ergue-se a matriz da cidade. O desenvolvimento do município acelerou- se, incrementando a atividade agrícola, que já era propiciada pela boa fertilidade do solo da região; com isso, a cultura da cana-de-açúcar expandiu-se, ocorrendo, em menor escala o crescimento dos cultivos de outros cereais como milho, arroz, destacando-se a exportação do café, que impulsionou e contribuiu para o desenvolvimento da região na década de 80. Acarretando a necessidade de melhorias no transporte ferroviário. Assim, as usinas de cana-de-açúcar em Ponte Nova conheceram um período de grande sucesso, contudo, as dificuldades de transporte da produção eram uma constante. O que acabou acarretando a necessidade do prolongamento da linha férrea que cruzaria Ponte Nova até o município de Itabira. O local onde foi fundada a estação era próximo ao centro urbano, à margem esquerda do rio Piranga, próximo à ponte velha. A chegada do trem trouxe, consigo, algumas modificações. O centro urbano já desenhava suas ruas, consolidando a localidade como um povoado de referência. A paisagem da cidade se renovava e os novos hábitos que ela evocava foram sendo, aos poucos, internalizados e depois reproduzidos por toda a sociedade. Em 7 de fevereiro de 1925, a firma Drummond & Pinto, que se tornou responsável pela sua administração, inaugurou o Hotel Glória. Erguido defronte à estação ferroviária, que era a principal porta de entrada e saída da cidade, o estabelecimento de requinte hospedava os “senhores viajantes e homens de negócio”, sua modernidade representava o bom momento econômico do município e causava boa impressão aos que ali passavam. Figura 1 - Hotel Glória à direita Fonte: www.estacoesferroviarias.com.br 2. INTRODUÇÃO A história dos hotéis está associada à criação de lugares para viajantes, que precisavam comer e dormir. Mas os estabelecimentos de hospedagem se popularizaram de verdade durante a Idade Média, na Europa, para servir aos cavaleiros e carruagens, alimentos, bebidas e albergues. Com a revolução industrial, a hotelaria se popularizou ainda mais, houve um aumento na construção e manutenção de estradas e ferrovias, dando a oportunidade de as pessoas fazerem turismo. E, assim, abriu-se a possibilidade para que qualquer pessoa pudesse viajar e isso obrigou os albergues e hospedagens a se adaptarem e implementarem melhorias para atendimento adequado. A Inglaterra puxava essa fila na Europa, mas seu tipo de hospedagem ainda era muito voltado à aristocracia. Foram os Estados Unidos que tomaram a dianteira no incremento de hotéis modernos, resultando em um crescimento maior do que os similares europeus. Por fim, as influências de grandes acontecimentos também forjaram mudanças na história da hotelaria, como a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. A indústria bélica e a grande movimentação de pessoas fizeram com que mais hotéis fossem construídos. E, ainda no século XX, o turismo ajudou a economia a se desenvolver e fez com que grandes redes hoteleiras se disseminassem não só nos Estados Unidos como em todo o mundo. História da hotelaria no Brasil, em terras tupiniquins, a hotelaria surgiu com a chegada da colonização portuguesa e inicialmente usou casas, escolas e mosteiros para receber os viajantes. Era o período em que os bandeirantes se deslocavam muito em busca de ouro e prata para a Coroa Portuguesa. Em um primeiro momento, as hospedarias não se firmaram devido à falta de demanda. Os bandeirantes mudavam de lugar com frequência em sua busca por pedras preciosas. Então, no Brasil, o grande impulso veio na segunda metade do século XIX com a circulação dos primeiros trens da Linha São Paulo Railway, mais conhecida como Linha Inglesa. Assim, por conta do comércio, o eixo Rio de Janeiro e São Paulo contribuiu para a expansão da hotelaria no Brasil. Data desta época a construção do famoso Copacabana Palace, que de forma significativa, transformou o Rio de Janeiro em polo de turismo de lazer. Projetado pelo arquiteto francês Joseph Gire e inspirado nos famosos hotéis Negresco (em Nice, na França) e Carlton (em Cannes, também no território francês), https://blog.hospedin.com/relacionamento-com-o-cliente-dicas-de-atendimento/ https://blog.hospedin.com/redes-de-hotelaria/ foi inaugurado em 1923 e é, até hoje, um dos grandes símbolos de Copacabana, no Rio de Janeiro. Em sua história, foi palco para shows de artistas como Ella Fitzgerald, Marlene Dietrich, Dionne Warwick, Nat King Cole e Ray Charles. Também se hospedaram lá nomes como a princesa Diana, Mick Jagger, Madonna e Kirk Douglas. No segundo piso do Copacabana Palace, há um hall da fama com fotografias assinadas por muitos destes clientes ilustres. E este clássico da hotelaria carioca não deixou de se modernizar ao longo das décadas. Diversas reformas incluíram a inauguração do restaurante Cipriani (em 1994), a construção de uma quadra de tênis (em 1995), a abertura de uma piscina exclusiva para os hóspedes do sexto andar (em 1996) e a inauguração de um spa (2007). Figura 2 - Copacabana Palace antigo Fonte: https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2020/10/18/hoteis-mais-antigos-do- brasil-resgatam-historias-de-fama-e-luxo.htm https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2020/10/18/hoteis-mais-antigos-do-brasil-resgatam-historias-de-fama-e-luxo.htm https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2020/10/18/hoteis-mais-antigos-do-brasil-resgatam-historias-de-fama-e-luxo.htm O Hotel Caxambu foi fundado em 1884, localizado na cidade mineira de Caxambu, esta cidade se transformou na bela estância hidromineral mineira, fadada ao turismo, com tratamento de saúde pelo uso das águas minerais naturais, e belas caminhadas transmitindo tranquilidade e paz. No Hotel até hoje, preserva muitos de seus elementos históricos, como a fachada de estilo colonial, a edificação com mais de 140 anos, passou por modernizações ao longo das décadas, porém, atualmente, conta com piscina, bar, sala de recreação e salão de convenções. Além disso, o hotel fica a duas quadras do Parque das Águas, principal atração turística de Caxambu, e abriga bosques, jardins, alamedas e fontes de água benéfica à saúde. Figura 3 - Hotel Caxambu Fonte: https://hotelcaxambu.com.br/historia/ O Grande Hotel de Araxá foi inaugurado em 1944, na cidade mineira de Araxá, começou a ser construído em 1938. Seu projeto paisagístico é assinado por Roberto Burle Marx e, vista de fora, sua estrutura lembra um palácio - concebido pelo arquiteto Luiz Signorelli, Arquiteto mineiro, formado no Rio de Janeiro. O hotel ainda é um símbolo do turismo de Minas Gerais, conta com 283 acomodações. O estabelecimento faz parte do mesmo complexo das Termas de Araxá, que são um grande atrativo desta região mineira. Com estilo eclético e a inovação do Art Decó e do modernismo. https://hotelcaxambu.com.br/historia/ Foi inspirado nas Missões Espanholas, mesmo estilo encontrado nas antigas construções coloniais da América Espanhola, em países como Colômbia e Venezuela. Esse estilo faz com que as paredes carreguem um ideal de simplicidade, por conta do barro avermelhado. A combinação desta simplicidade com o requinte dos detalhes é o que faz com que a sua arquitetura seja singular. Entre a vegetação tropical do cerrado mineiro, 400.000 m² de área verde guardam os segredos de um dos cenários mais emblemáticos do estado. Esse verde que abraça o hotel também precisava de uma história para contar, e foi assim que Roberto Burle Marx transformou-o em jardim, assinando o projeto de um lugar encantador. Figura 4 - Grande Hotel e Termas de Araxá em foto antiga Fonte:https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2020/10/18/hoteis-mais-antigos-do- brasil-resgatam-historias-de-fama-e-luxo.htm https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2020/10/18/hoteis-mais-antigos-do-brasil-resgatam-historias-de-fama-e-luxo.htm https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2020/10/18/hoteis-mais-antigos-do-brasil-resgatam-historias-de-fama-e-luxo.htm 3. ESTUDO DE CASO – HOTEL GLÓRIA Este trabalho trata da administração da obra de restauro do Hotel Glória, uma edificação centenária, tombada e de extrema importância para a cidade de Ponte Nova–MG. Parte da paisagem cultural do município, o Hotel teve papel fundamental na economia da cidade, além de contar com uma arquitetura neoclássica, características do estilo Art Nouveau, receber visitantes ilustres, contar com água canalizada em todos os quartos e o primeiro elevador elétrico de Minas Gerais. Com o fim dos anos gloriosos, a edificação passou a ser usada para realização de festas organizadas por moradores da cidade. Os eventos tornaram-se parte da história do Hotel, conhecidos como Rock do HG. Com o passar dos anos, a edificação, que conta com mais de mil metros quadrados, começou a decair, a falta de manutenção adequada e a falta de uso contribuíram para que se chegasse a um estado ruim de conservação. Até que acabou se encontrando em total abandono. Diante desse cenário, começaram então as movimentações para que se conseguisse recuperar a edificação. Inicialmente, foi trazida a edificação para o domínio público, para que se pudesse tomar as providências cabíveis. Assim, dando andamento após este ato, foi celebrado um contrato de concessão de uso entre a CODEMIG e a Prefeitura Municipal, onde se realizaria uma obra de restauro com recurso próprio, para que se pudesse usar novamente a edificação como Centro Cultural. Após um certo período e com algumas etapas em andamento, como projeto arquitetônico já aprovado pelo Município, a Companhia CODEMIG informou da sua desistência em dar sequência ao processo, devolvendo assim ao município a edificação e o recurso para se executar uma obra mais simples. O município, assumindo esse compromisso, seguiu com a fase de licitação e execução da obra da edificação, que atualmente se encontra em andamento. Diante desse contexto, a gestão da obra se tornou esse estudo de caso para esclarecer e refletir sobre algumas questões que possam ajudar nesse tipo de serviço. Figura 5 - Hotel Glória durante seus anos gloriosos Fonte: www.portaldopatrimoniocultural.com.br Inaugurado em fevereiro de 1925, na cidade de Ponte Nova – MG, O Hotel Glória foi administrado por Sebastião Drummond e Antônio Pinto de Oliveira, após a Estrada de Ferro Leopoldina Railway ser instalada em 1886, na cidade, com o desejo de suprir a necessidade de hospedagem dos viajantes que passavam por ela. A edificação, considerada uma das mais luxuosas do estado de Minas Gerais, recebeu grandes nomes, como Juscelino Kubitsheck. O imóvel, projetado pelo italiano Antônio Gori, residente no Rio de Janeiro, mesclava características geométricas e elementos que remetem à linha neoclássica, como as colunas e os detalhes característicos do estilo Art Nouveau, se destacando na paisagem cultural da cidade. O luxuoso estabelecimento era o principal local de acolhida dos visitantes e os que chegavam à Ponte Nova davam preferência ao Glória, que era o melhor hotel de toda a Zona da Mata Mineira. Com 48 confortáveis dormitórios, água corrente em todos os quartos, dois refeitórios, dois bares, sala de leitura e descanso, lavanderia e cozinha, guarda-volumes, barbearia e sala de exposições. Em uma área de aproximadamente 1.581,00m². A decoração interna do hotel se apresentava, na maioria, por mobiliários franceses, no estilo Art déco. Na porção central do térreo, à direita da recepção, se encontrava um elevador elétrico que, segundo boatos da cidade, foi o primeiro em um hotel de Minas Gerais. “O elevador é mais http://www.portaldopatrimoniocultural.com.br/ um componente de mitos criados para valorizar não só o bem cultural, mas a própria cidade, para fazer referência a um tempo que seria melhor do que o hoje (ALBUQUERQUE, 2015)”. A edificação está localizada no centro histórico da cidade. As ruas que circundam a edificação apresentam pavimentação em paralelepípedo e apresentam pouca vegetação, somente algumas árvores de pequeno porte e palmeiras que seguem o trajeto do rio. O entorno se caracteriza pela presença de edificações de dois pavimentos com construção e partido simples, implantadas no nível da calçada sem afastamento frontal. Defronte ao Hotel encontra-se a edificação da antiga Estação da Leopoldina que, após passar por modificações que a descaracterizaram, atualmente possui 3 pavimentos e funciona como prédio administrativo da prefeitura do município. Figura 6 - localização Fonte: dossiê de tombamento Devido à crise internacional, a falta de compradores dos produtos agrícolas – que eram a base da economia do país – e a diminuição do tráfego de passageiros pelas linhas férreas, fizeram com que a firma Drummond & Pinto acumulasse grandes dívidas. Apesar ‘do Glória’ ser um empreendimento lucrativo, os proprietários investiram alto na sua construção e na decoração sofisticada, falhando em arcar com os compromissos financeiros durante o período da crise. Sem saída, para colocar as contas em dia, a empresa decretou falência. Para quitar o débito, o prédio acaba por ser confiscado pelo Banco do Brasil, em 1931. Antes que fosse levado a leilão, o empresário italiano Domingos Harmendani, residente em Ponte Nova, entrou em contato com o diretor do Banco do Brasil, Leonardo Truda, manifestando seu interesse pelo hotel. Após algumas negociações, em reposta ao pedido, o gerente Truda enviou uma carta a Domingos, no dia 1º de março de 1932, confirmando que o ato da compra do imóvel havia sido realizado dentro das exigências do Banco. Domingo Harmendani nunca chegou a administrar o empreendimento, pois se dedicava somente ao comércio. Mas o hotel Glória continuou funcionando normalmente. O hotel foi diversas vezes arrendado para empresários do ramo hoteleiro, que seguiram gerenciando o imóvel durante os anos seguintes e tentando dar continuidade ao negócio de sucesso. Em 1944, o Hotel Glória passou por reparos, providenciados pelo proprietário. Domingos mandou vir da cidade de Caratinga o pintor Renato Mattos e sua equipe para reformar o imóvel. “Também contratou o artista contemporâneo Jovelino para restaurar as pinturas no estilo Art Nouveau da sala de refeições. Domingos, mesmo após passar o patrimônio para o nome dos filhos, continuava a lembrá-los da importância de sua conservação, pois tinha grande apreço pelo bem e zelou por ele enquanto viveu (ALBUQUERQUE, 2015)”. Já em meados da década de 1950, o início do processo de desarticulação da malha ferroviária brasileira, em razão do maciço investimento na construção e pavimentação de rodovias pelo governo de Juscelino Kubitschek, refletiu também em Ponte Nova. O município foi atingido diretamente pela diminuição do fluxo de pessoas e mercadorias e o Hotel Glória acabou prejudicado, perdendo pouco a pouco seu prestígio e seus hóspedes, assim foi se adaptando como pôde aos tempos difíceis da economia, até entrar em processo de decadência e chegar ao estado em que estava atualmente: desativado e em estado de abandono. O último administrador do hotel, Manuel Moreira, fechou as portas em 1992. Depois da saída de Manuel do Hotel Glória, a prefeitura alugou o local. Em 17 de agosto de 1992, o então prefeito Antônio Bartolomeu tombou o bem como patrimônio histórico e cultural de Ponte Nova, pelo Decreto Municipal n. º 2.136/1992. Sendo novamente regulamentado pelo Decreto Municipal n. º 6.606/2008, de 17 de março de 2008 e do registro no Livro do Tombo. Em 2000, jovens da classe média e alta fizeram do Hotel Glória um espaço para a realização de festas, que geralmente aconteciam nos feriados. Após o fim das festas, o zelador e músico Ananias deu início ao “Rock do HG”. Um festival de bandas de Pop Rock e MPB da região que acontecia duas vezes por ano, geralmente nos meses de julho e dezembro. O evento, que durou de 2002 a 2007, tinha como objetivo gerar renda para a manutenção do prédio (ALBUQUERQUE, 2015). Logo, pode-se salientar a importância de ações que assegurem a restauração e reutilização do imóvel, como afirma o arquiteto francês Viollet-le-Duc (2000, p. 65) que já no século XIX, confirmava que a maneira mais eficiente de conservar uma edificação histórica é encontrar para ela uma destinação. 1.1 Hotel Glória Fonte: www.panoramio.com Implantado em um terreno plano, em meio ao centro histórico da cidade. O partido arquitetônico da edificação é composto por um grande volume retangular com um frontal quadrangular que avança da fachada, dando origem à sacada no segundo e terceiro pavimentos. A sua fachada principal possui simetria “ordenada por 12 portas de vergas retas no pavimento térreo, composta por folhas de abrir em madeira e vãos superiores com proteção em ferro trabalhado”, no segundo e terceiro pavimentos 10 janelas com Figura 7 - Hotel Glória época do Tombamento enquadramento de alvenaria separadas simetricamente pela sacada acompanham o ordenamento das portas do pavimento térreo. A sacada conforma-se em um volume retangular no segundo e terceiro pavimentos, sustentada por colunas em estilo clássico (dórico e jônico) e por um guarda-corpo de balaústres de alvenaria. A fachada também possui decoração em relevo em motivos florais geométricos e a platibanda de balaústres coroada por pináculos. No hotel Glória, as funções encontram-se divididas na implantação. No prédio principal se concentra a função de acomodação e recepção, nos anexos laterais se concentram as funções de serviço, a cozinha e a lavanderia. Com o estilo neoclássico, mas com construção e partido simples, a planta regular em forma de ‘U’, possui três pavimentos. Nas laterais do segundo e terceiro pavimentos estão distribuídos os 48 quartos e banheiros, separados por um longo corredor que termina na circulação principal da fachada frontal, onde estão localizadas as circulações verticais (escada e elevador) e os quartos voltados para a via de acesso. Na porção central do pavimento térreo está localizado o saguão de entrada com a recepção e à direita o elevador. À esquerda da recepção está localizada a escada de acesso ao segundo pavimento e a porta de acesso às duas salas de refeição, com paredes decoradas com azulejos em alto-relevo com motivos marinhos, importados de Portugal e pinturas no estilo Art Nouveau. No pavimento térreo, além da recepção e das salas de refeição, também havia na ala esquerda salas para exposição de mostruários dos viajantes, guarda- volumes, um salão de barbearia e um bar. Ao lado dos salões de jantar, encontrava-se uma copa para os funcionários, despensa e instalações sanitárias. No segundo e terceiro pavimento, também havia um salão destinado à leitura e descanso. A cobertura possui platibanda em todas as fachadas e o telhado com 8 águas distribuídas em forma de ‘U’, estando a cumeeira principal paralela à fachada principal. O Hotel Glória possui vedação e sistema construtivo em alvenaria autoportante de tijolos, típicos da produção arquitetônica do início do século XX. Sua tipologia aponta características dos estilos eclético e neoclássico, como o uso de ornamentos, marcação das aberturas, uso de pilastras criando efeitos de luz e sombra, além de simetria, composição e proporção rigorosa no desenho da fachada. Nos extremos da platibanda há uma luminária de ferro decorada, outra característica do estilo Art Nouveau. Figura 8 - planta térreo sistemas construtivos Fonte: autora Jaqueline Lanna 5 Figura 9 - planta 2 e 3 pavimentos sistemas construtivos Fonte: autora Jaqueline Lanna Figura 10 - planta cobertura Fonte: autora Jaqueline Lanna 6 1.2 Estado de conservação Com o passar dos anos, sem uso e manutenção adequada, a edificação começou a apresentar as patologias. Ela foi tombada em 2015, municipalmente, como forma de proteção. Um levantamento geral foi realizado, podendo-se ainda percorrer o prédio por inteiro. A degradação da edificação foi possível ser notada no desgaste dos materiais, falta de manutenção, telhado, piso, esquadrias entre outros, e o ataque de micro-organismo e insetos na estrutura de madeira que contemplava grande parte do edifício. A estrutura já apresentava grandes áreas com deslocamento de reboco, trincas e fissuras que necessitavam de avaliação técnica, e perca de material da madeira, vegetação invasora nas tubulações e intervenções de terceiros que poderiam descaracterizar o bem. O dossiê de tombamento apontou diretrizes de intervenções para o bem tombado, o que auxiliou na elaboração do projeto de restauro. Em hipótese alguma, o hotel poderia ser demolido, preservar as características construtivas e arquitetônicas. Qualquer intervenção a ser realizada, referentes à reforma e ao restauro, deverão ser apresentadas aos órgãos competentes. Assim como diretrizes para o entorno do bem tombado, como, qualquer intervenção nas edificações vizinhas, passarem por análise e aprovação dos órgãos competentes, controle da realização de eventos próximo à edificação, regulamentação do uso do solo para novas edificações e manter manutenção da pavimentação existente. As imagens mostram algumas patologias antes de iniciar a obra. Na imagem 13, a fachada mostra o estado de conservação do hotel, antes de iniciar a obra. Podemos notar o estado das esquadrias de madeira, os vidros quebrados, a pintura, a invasão de vegetação, os elementos decorativos sem manutenção. Internamente pode-se ver nas imagens posteriores, foi possível verificar que a cobertura necessitava de intervenção, acarretando assim problemas no assoalho, nas pinturas e elementos arquitetônicos. O estado de conservação do Hotel Glória demonstrava como a edificação necessitava urgentemente de intervenção. 7 Figura 11 – Fachada Frontal antes do incio das obras Fonte: Jaqueline Lanna Figura 12 - Fachada Posterior antes do início das obras Fonte: Jaqueline Lanna 8 Figura 13 - Pinturas Parietais no interior do Hotel Fonte: Dôssie de Tombamento Figura 14 - Pinturas Parietais e ladrilhos no interior do Hotel antes da proteção Fonte: Dôssie de Tombamento 9 Figura 15- Interior do Hotel antes do início das obras 1º pavimento Fonte: Jaqueline Lanna 10 Figura 16 - Interior do Hotel antes do início das obras 2º pavimento Fonte: Jaqueline Lanna 11 Figura 17 - Interior do Hotel antes do início das obras 2º pavimento Fonte: Jaqueline Lanna 12 Figura 18 - elevador 1º pavimento antes do início das obras Fonte: Jaqueline Lanna 13 2. Obra de Restauro e Reforma Seguindo o processo de restauração da edificação, o município após receber novamente a posse do Hotel, deu andamento no processo, o projeto de restauro foi licitado na metodologia de concorrência e empreitada por preço unitário, quando podem participar quaisquer interessados, desde que passem pela fase de habilitação preliminar, comprovando ter os requisitos para execução da licitação, Lei 8.666/93. Para isso foram elaborados o edital, termo de referência, memorial descritivo, especificações técnicas, planilha orçamentária, cronograma físico-financeiro e demais documentos que pudessem orientar os participantes. Sendo o valor total para realizar a execução daquele projeto R$ 6.767.540,41 (seis milhões, setecentos e sessenta e sete mil, quinhentos e quarenta reais e quarenta e um centavos). E o tempo de 10 meses para finalização da obra de acordo com cronograma físico-financeiro. O papel do município após a licitação é de acompanhar e fiscalizar a obra. A empresa contratada para execução do projeto, foi, Restaurare Construtora LTDA, sediada em Belo Horizonte. Esta atua com foco para execução de obras de restauração de edificações tombadas pelo patrimônio histórico e artístico nacional. Fundada em 1999, sua preocupação é realizar as obras sem degradar ainda mais o original da edificação e sem perder a sua história. Seu portifólio conta com obras como, Centro Cultural da UFMG, Palácio da Liberdade, Praça Juscelino Kubitschek, entre outros. A obra iniciou em março de 2023, por se tratar de uma obra tão específica, a Prefeitura contratou o programa de assessoria Caixa, neste uma equipe técnica formada por engenheiros, administradores, arquitetos e outros, vem nos acompanhado mensalmente junto a fiscalização da obra. O primeiro passo entre essa parceria foi analisar e compatibilizar os projetos junto ao recurso e cronograma destinados à execução da obra, após esta análise foi dada a ordem de serviço e a empresa contratada iniciou com a montagem do canteiro de obras. Por se tratar de uma edificação antiga e ocupar grande parte do terreno, o canteiro de obras ocupou uma parte da via de frente ao hotel, solicitado ao Departamento de Trânsito da cidade, inicialmente ele foi planilhado como Containers, esses tiveram que ser substituídos por instalações provisórias tipo barracão de obra, devido a não disponibilidade de containers na cidade e o custo gerado caso fossem locados de fora. O almoxarifado foi locado na lateral direita e a oficina na lateral esquerda da edificação, dentro dos limites do lote e seguindo o mesmo padrão do canteiro. Ainda nesta etapa, foram realizados a limpeza e escoramento de toda a edificação. Vale ressaltar que a Segurança do Trabalho foi rigidamente cobrada, lembrando que a complexidade dos riscos estão conforme o estado de conservação e manutenção do bem, 14 assim o atendimento as normas permite a execução dos trabalhos com segurança para os funcionários e edificação. As pinturas artísticas e os ladrilhos portugueses já se encontravam protegidos, cabendo à empresa a manutenção dessas proteções. O elevador dando sequência aos trabalhos foi protegido e atualmente não se encontra mais dentro da edificação, foi retirado para recuperação e restauro com seu maquinário, lembrando que após a finalização da obra, este não será usado, retornará ao seu lugar, apenas como elemento decorativo e histórico. A segunda fase de serviços seguiu para o escoramento e atirantamento das fachadas, reforçando a estabilidade da edificação. Inicialmente houve incompatibilidade de valores de execução deste serviço entre planilha e empresas prestadoras deste serviço na região, o que acabou acarretando no 1º aditivo, conforme justificativa. Os aditivos são feitos decorrentes de fatos inesperados durante a execução. Após toda edificação escorada e protegida, iniciou-se a troca do telhado, tratamento das trincas e posteriormente as demolições do 2º e 3º pavimentos, conforme projeto analisado e aprovado pelos órgãos competentes. Dando sequência aos trabalhos, foram feitas a recuperação e reboco das fachadas e retirada das esquadrias. Seguindo assim, para a fundação que irá receber as lajes do 2º e 3º andar em substituição ao assoalho que não foi possível recuperar. Nesta etapa uma consideração que não poderia deixar de ser feita, é referente ao maquinário para fazer as perfurações para abrigar os pilares, por se tratar de terreno rochoso a obra de escoramento do talude nos fundos do Hotel, foi acompanhada para evitar que fosse provocado qualquer instabilidade no talude. Atualmente, a primeira laje já foi batida, continuam a concretagem dos pilares de sustentação e montagem de escoramento e formas para dar sequência ao 3º pavimento. O cronograma foi atualizado para julho de 2025. É importante ressaltar que o projeto foi elaborado em 2015 e atualizado em 2021, assim como suas planilhas e demais projetos complementares, e foram executados apenas em 2023, o que gerou algumas incompatibilidades de valores de serviços e materiais, gerando assim um aumento no orçamento da obra e prorrogação de prazo. 4.1 Restauração e Reforma O pavimento térreo foi preservado, na maioria, pela restauração e preservação das pinturas parietais, ladrilhos portugueses e o elevador, as esquadrias e a escada principal. Esses itens, com a estrutura do edifício, foram mantidos para que um pouco da história possa ser retratada e transmitida aos visitantes. Os assoalhos não foram mantidos devido à situação atual em que se encontravam, e verificando a relação custo x benefício, o valor de restaurar este assoalho oneraria o valor da obra, assim como a preservação da estrutura de madeira do telhado. 15 Levando em consideração que a prevenção de ataque de insetos e a manutenção dessas peças em madeira têm que ser constantemente. O piso atual não será mantido, a troca foi sugerida por questões de custos e também de uso da edificação. Os elementos arquitetônicos da fachada principal serão mantidos, apenas não serão compostos de iluminação por conta da sua manutenção. A cor sugerida para pintura das fachadas, foi um tom próximo ao que foi feita a primeira pintura do hotel. A reforma levou em consideração principal a estabilização do edificio, para isso as fachadas foram atirantadas e as paredes reforçadas. Com a substituição do assoalho por laje foi feito um reforço estrutural dentro da edificação com pilares e vigas concretadas. O segundo e terceiro andares serão divididos conforme projeto aprovado, com divisórias e instalações que atendam as demandas. Ao avaliar o bem e elaborar o projeto, levando em conta que seria uma obra grande e para que se trouxesse ao uso da população a edificação, alguns ajustes foram feitos como a criação de uma rota acessível, integrando elevador ao prédio, plataforma elevada e uma caixa de escada, garantindo flexibilidade ao fluxo de pessoas. 4.2 Destinação Final da Edificação E o mais importante é o pós obra, a destinação final da edificação para que não caia em desuso e volte a ruir. Então em contato com os presidentes SESC e SENAC, o Municipio iniciou as tratativas para fazer a doação do prédio para que estes possam desenvolver sem prejuízo as atividades de cultura na cidade. 16 Figura 19 - planta executiva 1º pavimento Fonte: Projeto arquitetônico aprovado Figura 20 - planta executiva 2º pavimento Fonte: Projeto arquitetônico aprovado 17 Figura 21 - planta executiva 3º pavimento Fonte: Projeto arquitetônico aprovado Figura 22 - Fachada Frontal após início das obras Fonte Jaqueline Lanna 18 Figura 23 - interior do Hotel após início das obras 2º pavimento Fonte: Jaqueline Lanna 19 Figura 24 - Pinturas protegidas após início das obras 1º pavimento Fonte: Jaqueline Lanna Figura 25 - interior do Hotel após início das obras 2º pavimento, demolições Fonte: Jaqueline Lanna 20 Figura 26 - Fachada Posterior protegida após início das obras Fonte: Jaqueline Lanna 21 Figura 27 - Elevador protegido após início das obras Fonte: Jaqueline Lanna 22 Figura 28 - Fundação 1º Pavimento Fonte Jaqueline Lanna 23 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS E REFLEXÕES Esse estudo abordou os principais desafios da administração e execução de uma obra pública de restauro. Fiscalizar essa obra está sendo de grande importância acadêmica, profissional e pessoal, levando em consideração que é uma área pouco esclarecida para a população, demonstrar a importância e valor deste edifício possibilita a população a fazer a leitura da cidade. Compreendendo o contexto sociocultural e da trajetória histórico-temporal em que está inserido. Cabe ressaltar que o projeto e execução da obra foram executados por responsáveis técnicos diferentes. Isto é um ponto a se levantar, uma vez que se tratando de uma obra já existente, não sabemos o que iremos encontrar, o que acabou acarretando algumas incompatibilidades na hora da execução, como, atraso no cronograma e alteração no valor. Outro ponto a se destacar é o tempo entre um e outro, o projeto inicial foi elaborado em 2015, em 2021 ele foi finalizado e planilhado, sendo executado apenas em 2023, o que acaba gerando os mesmos imprevistos. Tempo e orçamento. O que mais questionam é qual a destinação do Hotel recuperado, após a sua entrega, lembrando que a edificação estava abandonada, como já dizia Viollet le Duc,” a melhor maneira de se preservar uma edificação é dando a ela um uso.” A proposta inicial é de um Centro Cultural em parceria com a Secretaria de Cultura. Sendo assim concluir até aqui que uma obra, se inicia a partir de uma demanda, seguindo para o seu planejamento e finalizando com a sua execução e gestão, mas principalmente a sua destinação. 24 Figura 29 - Imagem 3D projeto final Hotel Fonte: Memorial descritivo Projeto Arquitetônico RHE 25 5. REFERÊNCIAS - ALBUQUERQUE, Bárbara. Retrato de Glória – A História que marcou a cidade de Ponte Nova. Março, 2015. Dossiê de Tombamento do Hotel Glória – arquivo público, Secretaria de Cultura. Edital de licitação – Prefeitura de Ponte Nova https://www.pontenova.mg.gov.br/detalhe- da-licitacao/info/con-1-2022/30841 História da hotelaria: https://blog.hospedin.com/historia-hotelaria/ Hotéis mais antigos do Brasil resgatam histórias de fama e luxo... https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2020/10/18/hoteis-mais-antigos-do-brasil- resgatam-historias-de-fama-e-luxo.htm Hotel Caxambu https://hotelcaxambu.com.br/historia/ Grande Hotel Araxá https://grandehotelaraxa.com/arquitetura-grande-hotel/ Restaurare https://www.restaurare.eng.br/ https://www.pontenova.mg.gov.br/detalhe-da-licitacao/info/con-1-2022/30841 https://www.pontenova.mg.gov.br/detalhe-da-licitacao/info/con-1-2022/30841 https://blog.hospedin.com/historia-hotelaria/ https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2020/10/18/hoteis-mais-antigos-do-brasil-resgatam-historias-de-fama-e-luxo.htm https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2020/10/18/hoteis-mais-antigos-do-brasil-resgatam-historias-de-fama-e-luxo.htm https://hotelcaxambu.com.br/historia/ https://grandehotelaraxa.com/arquitetura-grande-hotel/ https://www.restaurare.eng.br/ 26 6. APÊNDICE Obra de Restauro de Edificação Tombada Intervenção: Restauração de edificação tombada, recuperação das fachadas e estabilização, restauração das pinturas artísticas e ladrilhos portugueses, troca de telhado, preservação de escada e bancada de recepção, recuperação de pintura, adequação do prédio a acessibilidade. Projeto: Arquitetônico Data: 10/2021 Autor: Arquiteta e Urbanista – Maura Chaves Braga – CAU MG 43.171-0 Empresa: RHE Engenharia Obra: Execução Data: 03/2023 Empresa: Restaurare Construtora LTDA Responsável Técnico: Renato Pinheiro Cury – CREA MG 36.284/D Tempo obra: O prazo de execução é de 10 (dez) meses, contados a partir da data de assinatura da Ordem de Serviço a ser emitida pela Prefeitura Municipal de Ponte Nova e obedecido o Cronograma físico-financeiro. Valor total: 6.767.540,41 (seis milhões, setecentos e sessenta e sete mil, quinhentos e quarenta reais e quarenta e um centavos). Quadro 01 – Ficha técnica. Fonte: Jaqueline Lanna 27 7. ANEXOS Fonte: Dossiê de Tombamento Figura 30 - Ficha de Análise 28 Figura 31 - Continuação da ficha de análise Tombamento Fonte: Dossiê de Tombamento 29 Figura 32 - justificativa técnica para alteração contratual: aditivo Fonte: SEPLADE – Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento 30 Figura 33 - justificativa técnica para alteração contratual: aditivo Fonte: SEPLADE – Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento 31 Figura 34 – planta iluminada para auxiliar na medição Fonte: SEPLADE – Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento 32 Figura 35 – planta iluminada para auxiliar na medição Fonte: SEPLADE – Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento 33 8. AGRADECIMENTOS Agradeço a toda à minha família, meus pais e meus irmãos, meu sobrinho e a todos familiares que me deram força para continuar e persistir no meu objetivo. Agradeço ao meu orientador pela dedicação e o aprendizado. Aos professores, colegas e toda equipe da instituição. Aos meus amigos e novos amigos que pude fazer ao longo do curso. E agradeço imensamente a Deus, sem a minha fé não teria conseguindo nada. Foi um período muito gratificante em minha vida. 9. DADOS DOS AUTORES Nome: Jaqueline Lanna da Silva E-mail: jaquelinelannas@yahoo.com.br mailto:jaquelinelannas@yahoo.com.br